“Finalmente a União Europeia (UE) assumiu a habitação como uma política essencial”, reconhece António Costa, ex-primeiro-ministro socialista e agora presidente do Conselho Europeu. E o antigo líder político português avança ainda que, pela primeira vez, a habitação vai ser matéria “elegível” no próximo quadro financeiro plurianual da Comissão Europeia.

António Costa aplaude os recentes avanços de Bruxelas no que à habitação diz respeito, desde logo reconhecendo a “habitação como uma política essencial”, disse em entrevista à Antena 1. Congratula também o facto de a UE ter pela primeira vez um Comissário Europeu responsável pela habitação, o dinamarquês Dan Jørgensen. 

E adianta ainda na mesma entrevista que a Comissão Europeia vai apresentar uma estratégia europeia para a habitação entre o outono e o final do ano. E que a habitação será também elegível no próximo quadro financeiro plurianual de Bruxelas. “Vamos ter recursos europeus para investir na habitação”, avança.

“Sem uma oferta pública de habitação não é possível regular o mercado”, referiu o presidente do Conselho Europeu, sublinhando ainda que “se queremos reforçar a coesão e assegurar uma classe média sólida e próspera, temos de investir na habitação”.

Já no que diz respeito ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no qual estão previstas entregar 26.000 casas até 2026, António Costa defende que “foi um erro” não suspender este programa e que não fez sentido acelerar a sua execução, cita a mesma publicação. Aliás, Bruxelas disse na sua análise ao país ter “sérias dúvidas” quanto à capacidade de Portugal cumprir a construção das casas financiadas pelo PRR dentro do prazo.

Costa tem uma visão semelhante, duvidando também da execução total do PRR até agosto do próximo ano, motivo pelo qual acredita que as verbas do PRR vão ser incluídas no próximo quadro financeiro plurianual europeu, que vai sofrer alterações.

Ainda assim, rejeita a ideia de que Portugal aproveita mal os fundos comunitários, considerando haver um problema nacional de “autoflagelação”. “A ideia de que aproveitámos mal, é uma ideia errada”, afirma o ex-primeiro-ministro socialista à mesma rádio. 

Fonte: Antena 1