Os fundos institucionais têm milhões para investir mas estão a aguardar por um maior controlo da pandemia através da vacinação
Há dinheiro, muito dinheiro para investir através de fundos institucionais que acumulam as poupanças de particulares e empresas mas a pandemia tem atrasado esse processo. Porém, estima a consultora Cushman & Wakefield, “a atividade de investimento vai voltar ao crescimento” na segunda metade do ano onde se prevê mesmo “uma forte retoma” assente em “elevados volumes de liquidez e procura latente e não-satisfeita”.

“Os principais fatores que vão contribuir para esta retoma ainda este ano serão as baixas taxas de juro, elevados volumes de capital, rentabilidades atrativas face a outras alternativas de investimento, uma forte procura latente e uma perspetiva otimista por parte dos investidores face à retoma”, refere-se no mais recente estudo internacional da consultora sobre investimento imobiliário sugestivamente batizado de “The Signal”, onde se aponta para uma subida no volume de investimento imobiliário global em 2021, devendo fechar o ano apenas 15% abaixo de 2019, apesar do impacto da pandemia.

“O interesse em escritórios deve recuperar a partir do segundo semestre, e os setores de hotelaria e retalho também deverão registar uma retoma, mas de forma mais lenta e partindo de uma base de valor muito baixa. Para os investidores, as exigências de qualidade dos ativos ganham particular importância, com um enfoque particular na qualidade dos inquilinos e dos contratos de arrendamento”, sublinha-se no relatório.

Outros setores, que “saíram a ganhar” da pandemia, e que estão a atrair um crescente interesse dos investidores em toda a Europa, são os setores da logística, do residencial para arrendamento e da saúde.

Quanto aos ocupantes do imobiliário, deverão enfrentar maiores dificuldades com as expetativas de aumento de falências e do desemprego a estenderem-se até ao final de 2021 e eventualmente para 2022.

O impacto do teletrabalho no mercado de escritórios “cristalizar-se-á em 2021”. “Não há dúvidas quanto a uma postura mais flexível por parte da maioria das empresas, e o seu impacto será sentido no imobiliário. Mas os ocupantes deverão também retomar em 2021 as estratégias de ocupação suspensas durante a pandemia, esperando-se uma retoma da procura na segunda metade do ano”, diz a consultora.

A ocupação dos imóveis de logística deverá manter-se forte em 2021, após o crescimento da procura e dos valores das rendas em 2020.

Fonte: www.visao.sapo.pt